segunda-feira, 6 de junho de 2011

Duque de Caxias trata 1700 pessoas com o vírus HIV

No dia 5 de junho deste ano, a Aids completa 28 anos de descoberta. Os primeiros casos da doença, no mundo, foram detectados, em São Francisco, Estados Unidos. Daí em diante, uma verdadeira batalha tem sido travada com o objetivo de encontrar novas formas de tratamento e de manter as pessoas infectadas com boa saúde.
Em Duque de Caxias, cidade com 855.048 habitantes, de acordo com o último senso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apesar das inúmeras campanhas de esclarecimento de como se evitar as DSTs, como uso de preservativos e o não compartilhamento de seringas e outras substâncias injetáveis, a secretaria municipal de Saúde tem, atualmente, cerca de 1700 pessoas em acompanhamento com o vírus HIV, destas, cerca de 1200 a 1300, usam Terapia Antirretrovial (TARV). Entretanto, de 240 a 300, são apenas portadores do HIV, fazem o acompanhamento rotineiro, mas não sofrem os efeitos do vírus, o que os isenta de medicação.
Os cerca de 1300 pacientes fazem uso da Terapia Antiretroviral são monitorados clínica e laboratorialmente, e recebem um conjunto de medicações, popularmente chamada de “coquetel”, por ser composto por no mínimo 3 remédios, algumas conjugadas como é o caso do Biovir (Lamivudina ou 3TC+Zidovudina ou AZT), que é usado com mais um medicamento. Estas apresentações conjugadas têm por objetivo simplificar o tratamento e consequentemente facilitar a adesão ao tratamento da AIDS.
“Justamente por hoje termos um tratamento mais simplificado, com portadores tendo, inclusive, uma vida inteiramente normal, o vírus do HIV tem se espalhado mais agressivamente no país. É preciso conter essa epidemia porque, segundo estudiosos, a projeção é que até 2030 cerca de 60 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo”, lamentou o secretário de Saúde, Danilo Gomes.
“Apesar das dificuldades, que muitas vezes esbarram nas burocracias administrativas tanto na esfera federal quanto estadual, a cidade de Duque de Caxias possui um dos maiores e melhores centros de referência de combate e controle de DSTs do Estado do Rio, que fica no Centro Municipal de Saúde”, declarou Sandra Victória Fernandes, coordenadora de Vigilância em Saúde.
De acordo com Dilma Maria Siqueira Carelli, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, nos últimos dez anos 478 casos foram notificados no município, deixando em alerta o poder público no combate à propagação da doença. “Ainda estamos sob controle, mas não podemos relaxar”, comentou.
Além de tratamento médico, todos os pacientes e seus familiares recebem acompanhamento psicológico e social caso seja necessário.
Depois de descobrir o HIV o renascimento
Em meados de 1998, ano em que J., 55 anos, descobre ser portador de HIV, o Brasil está entre os quatro países com o maior número de casos notificados de AIDS no mundo (135,000 accumulated AIDS cases as of 1998/99). (135.000 casos de Aids acumulados a partir de 1998/99). The estimated number of Brazilians with HIV
Divorciado e sexualmente ativo, J. diz que naquela época não existia a preocupação com sexo seguro, com uso de preservativos. E justamente por isso, ele acredita que se contaminou com o vírus. Ele relata que no início bateu uma grande tristeza e que, por alguns instantes, ele quase entrou em depressão. Mas como teve o apoio incondicional da família e dos amigos resolveu sacudir a poeira e dar a volta por cima. “Fui pesquisar sobre a doença, iniciei o tratamento no Centro Municipal de Saúde, que é excelente, diga-se de passagem, e onde sou voluntário, e acabei retomando os estudos. Até então trabalhava em uma metalúrgica em turno e sempre achava que não dava para estudar. Fiz o curso técnico de enfermagem, e agora faço, pela manhã, curso superior de enfermagem e, à noite, segurança do trabalho. Não deixo de tomar meus medicamentos no horário certo e por isso vivo muito bem. Se não falo que sou soropositivo ninguém sabe. É como se eu tivesse nascido de novo, só que agora com mais vontade de viver, mais disposto a ser feliz. E se eu puder dar um conselho a todos que façam o mesmo, sejam felizes”, finalizou.



J, 55, é atendido pela infectologista Carolina e Souza Bandeira no CMS

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